Vendo esses memes, não tive como não cair na gargalhada ao me lembrar das incontáveis vezes em que me encaixei nessa situação. Por um pequeno período, há alguns anos atrás, fui aquela pessoa da turma que sempre cancelava a ida ao rolê de última hora... De uma forma que estava ficando com aquela fama de pessoa que "fala, mas não vai".
Eu sempre me empolgava no momento em que a ideia surgia. Era sempre a primeira a confirmar falando aos quatro ventos que iria, mas a medida que se aproximava o dia, a vontade simplesmente se esvaia e eu não queria mais sair de casa.
Diversos fatores contribuíam pra isso: às vezes a semana era cansativa, e a vontade era só de relaxar; saía episódios das minhas séries favoritas e eu queria assistir; queria economizar; o cabelo estava péssimo; não queria sair à noite; não queria pegar ônibus, metrô e depois até mesmo Uber, sendo que meu sofá estava muito mais convidativo do que ter que passar horas se arrumando e se deslocando; ou simplesmente batia a preguicinha.
Eu não estava conseguindo lidar com aquilo muito bem. Justo eu, não ter mais a mesma disposição pra sair, principalmente à noite, enquanto vários amigos estavam nos bares por aí. Quando eu via fotos, vídeos e comentários, me sentia ainda pior ao ver o que estava "perdendo" e pensava "na próxima eu vou!"... Mas cancelava de novo.
Eu estava ficando com uma fama tão ruim e me sentindo tão desapontada comigo mesma, que além de ver a necessidade, me senti quase que obrigada a se isolar um pouco, pois aquela convivência obviamente não estava me fazendo bem. Foi aí que parei, silenciei, respirei e refleti muito, sozinha. Depois de limpar a mente, consegui enxergar que minha vida estava passando por um processo de mudança do qual eu ainda não havia me dado conta.
Em termos de diversão, sair pra beber era a opção de 100% dos encontros dos meus amigos e conhecidos. Qualquer bebida. Era (e provavelmente ainda é) sempre aquela mesma dinâmica de beber, ficar bêbado, tirar um milhão de fotos e postar na internet. O intuito era só esse mesmo. Ficar bêbados. Até não aguentar mais ou perder a noção e se misturar na pegação. Estou falando de pessoas de várias idades. Solteiros, casados, com filhos.
E a verdade é que já fazia tempo que eu não estava mais curtindo aquelas bebedeiras. Primeiro, porque eu mais pagava do que bebia cervejas aguadas que me encharcavam no terceiro copo. Segundo, o álcool em excesso afeta demais o meu rendimento pra tudo. E diferente do meu eu adolescente, não suporto mais ficar de ressaca e não vejo nada de louvável nisso 😝
Aquilo simplesmente não me apetecia mais. E diante disso, demorou um pouco até eu entender que a questão não era bem que a minha disposição estava diminuindo. Apenas, o termo "diversão" havia ganhado outros significados. Ficar em casa assistindo um filminho com comidas e bebidas compradas no supermercado, no conforto do meu sofá, estava se tornando algo mais atrativo do que passar boa parte da madrugada sentada numa mesa, pagando caro por bebidas ruins e comidas atoladas em gordura e sal, muitas vezes pegando fila pra usar banheiros imundos. Já tive a minha época, mas isso já me cansou. Eu finalmente comecei a entender e a ficar bem com isso.
Mas voltando ao ponto central da questão: marcar o rolê e desistir, quando finalmente assumi que certas coisas já não me agradavam como antes, aquilo foi algo que parei de fazer naturalmente. A princípio, como eu já sabia que a probabilidade de preferir ficar em casa quando chegasse o dia era alta, eu já não confirmava mais nada logo de cara. Nem falava nada. Quando me perguntavam, dizia que veria depois.
Hoje em dia, minha vibe já está tão consolidada que já nem participo mais de grupos e conversas que levam a isso. Agora, ao revisar esse post, que escrevi há cerca de sete meses, vejo que meu pensamento sobre esse assunto já evoluiu muito e não existe mais a menor chance de eu me cobrar pra ir pra algo que não quero com 100% de vontade e nem de ficar me remoendo por não ter ido. Ver os milhões de fotos e comentários é algo que simplesmente não me afeta mais.
É tanta evolução e uma vibe tão diferente que isso renderá assunto pra outras postagens. Essas transformações serão um tópico frequente por aqui. Mas antes de finalizar, se você ainda está passando por essa transição e sente toda essa dificuldade, lembre-se: cada dia é uma vida! Você não é obrigado a continuar querendo pra sexta à noite aquilo que imaginou cinco dias atrás. Muita coisa pode acontecer, e você simplesmente perder a vontade. Isso não é um crime. Se escute. Se compreenda. Aceite os seus processos. Faça o que for melhor pra você.
Até!
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